Quais as diferenças entre sensibilidade ao glúten,
alergia ao trigo e doença celíaca?
A
doença celíaca é autoimune desencadeada pela ingestão de glúten. O diagnóstico
precoce é fundamental para que os sintomas desapareçam. O indivíduo com essa
doença tem inflamação na mucosa intestinal, com manifestação de dor abdominal
recorrente, náuseas, vômitos, empachamento do estômago e diarreia ou
constipação e com isso diminuição na absorção de nutrientes.
A
sensibilidade ao glúten pode ser definida pela presença de alterações
morfológicas, funcionais e imunológicas, que respondem com a exclusão do glúten
e que não apresenta as características patológicas e laboratoriais que definem
a doença celíaca.
A
alergia ao trigo é definida como uma reação imunológica adversa às proteínas do
trigo mediada por IgE - pode apresentar-se com sintomas respiratórios
("asma do padeiro" ou rinite, mais comum em adultos), alergia
alimentar (sintomas gastrintestinais, urticária, angioedema ou dermatite
atópica; principalmente em crianças) e urticária de contato. Os testes para
alergia ao trigo incluem dosagem sérica de IgE ou testes cutâneos para o trigo.
A sensibilidade ao glúten não celíaca é uma forma de intolerância ao glúten
quando a doença celíaca e a alergia ao trigo forem excluídas.
Para
diagnosticar os três casos, os exames laboratoriais, como anticorpos
antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase positivos sugerem doença
celíaca, embora altamente precisos e confiáveis, são insuficientes para um
diagnóstico. A confirmação do resultado só ocorrerá por biópsia do intestino
delgado com no mínimo a coleta de três fragmentos.
Os
sintomas tardios da sensibilidade ao glúten podem ser extra intestinais, como o
aumento da chance de inflamações sistêmicas, doenças autoimunes (tireoidite de
hashimoto, diabetes tipo I, hepatite autoimune), e alterações neurológicas como
alterações do humor, agressividade, perda da memória, redução da capacidade
intelectual e da disposição física e enxaqueca. É válido também comentar que de
acordo com a Associação Americana de Diabetes, a cada 20 indivíduos com
diabetes tipo 1, um deles é celíaco. Esta ligação acontece, pois ambas as
doenças compartilham fatores de risco genéticos.
Se
a pessoa tiver diagnóstico de doença celíaca, a retirada total do glúten é a
conduta mais indicada. Tal retirada garante melhora do sistema imunológico e
cessa quadros clínicos como coceira, diarreia, anemia e distensão abdominal,
além de outros sinais que possam ser apresentados pelo paciente. A retirada
parcial, indicada para quem apresenta certo grau de intolerância, pode trazer
minimização de distensão abdominal, gases e quadros como urticária de contato.
Outra
dica importante é que o glúten pode ser substituído pelas farinhas dos
seguintes alimentos: milho (farinha de milho, amido de milho, fubá), arroz
(farinha de arroz), batata (fécula de batata), mandioca (farinha de mandioca,
polvilho doce, polvilho azedo, tapioca). Quinua e amaranto também são
permitidos. Com respeito aos produtos industrializados, os pacientes com doença
celíaca devem sempre ler os rótulos para certificarem-se de que o produto não
contém glúten. Assim, a pessoa não terá perda nutricional e a alimentação
poderá ser balanceada e saudável.
Fonte: Tarcila Ferraz de Campos
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